Um
professor de 59 anos foi agredido por um aluno de 16 na Escola Estadual Bento
Abelaira Gomes, no Jardim Antunes,
em São José do Rio Preto (SP). A agressão foi na sexta-feira (11), mas o caso
foi registrado na polícia apenas nesta segunda (14). O motivo das agressões
seria por causa de um celular.
Note
como o termo em destaque (NO JARDIM ANTUNES) está isolado, entre vírgulas. Isso
acontece devido ao fato de que “no Jardim Antunes” é uma informação
complementar ao texto em si, está isolada (feminino, pois concorda com o
sujeito “informação”) por ser um aposto explicativo (acrescentável), dando o
seguinte significado: a Escola Estadual Bento Abelaira Gomes está localizada no
Jardim Antunes.
De
acordo com informações do boletim de ocorrência, o professor apanhou do aluno
quando pediu para ele desligar o celular duas vezes. Como o pedido não foi
atendido, [NOTE COMO, NESTE CASO, A VÍRGULA POSSIBILITA CERTA FLUÊNCIA NA
LEITURA. TENTE LER EM VOZ ALTA COM E SEM O USO DELA] o professor encaminhou o
aluno à diretoria. Ao voltar para a sala de aula, o estudante deu chutes e
socos no docente, [SE A VÍRGULA NÃO FOSSE UTILIZADA AQUI, PODERIA TER GERADO
AMBIGUIDADE, LEIA A ANOTAÇÃO ABAIXO] que machucou as costas e terá de ficar
afastado das aulas por sete dias.
Se não houvesse sido
empregado o uso da vírgula, poderia vir à mente do leitor o seguinte
questionamento: o docente, professor,
machucou as costas devido à agressão ou machucou as costas do aluno, em
seguida? (OBS.: Neste caso, professor também estará entre vírgulas por ser uma
informação acrescentável ao que fora dito. Professor e docente são sinônimos.)
Este
foi o segundo caso de agressão no mesmo dia na mesma escola. Em outro boletim
de ocorrência, um professor de 30 anos fazia a chamada, na sexta-feira (11),
quando foi surpreendido com um forte tapa nas costas dado por um aluno de 12
anos, que também lhe apertou o pescoço com um golpe conhecido como 'gravata'.
Segundo a polícia, o professor perguntou o motivo da agressão ao aluno, que
apenas riu, e o encaminhou para a diretoria. O estudante foi advertido pela
direção.
Outros casos
Já
na escola estadual Sônia Maria Venturelli, no bairro São Deocleciano, [MESMA
SITUAÇÃO, ISOLADO POR SER APOSTO EXPLICATIVO, EXPLICA ONDE A ESCOLA
LOCALIZA-SE] também foi registrada violência contra professores. Uma aluna de
13 anos agrediu a professora durante a aula na quinta-feira (10). Segundo o
boletim de ocorrência, a professora mudou a aluna de lugar e a adolescente
começou a agredi-la. Três alunos da sala tiveram de conter a jovem.
Ainda
nesta escola, durante a troca de aula de professores, a professora que daria
aula demorou a chegar e um aluno de 13 anos deitou na mesa da professora. A inspetora de alunos foi à sala de aula para conter o menino e em seguida saiu da
sala. O aluno a seguiu, segurou o braço dela e começou a ameaçá-la de morte. Os
dois alunos foram suspensos e os pais foram chamados na escola.
O termo em destaque, “A
inspetora de alunos foi à sala de aula”, destaca o uso da crase. Um dos usos do
acento grave – agudo inverso – é quando ele vem acompanhado de palavra feminina
(SEMPRE, nunca crase antes de palavra masculina), com o sentido de direção e
podendo ser substituído por “para”. “A inspetora de alunos foi para a sala de
aula”, ficaria redundante, pois repetiria o (termo) “para” duas vezes. A oração
tem o sentido de direção. “A inspetora de alunos dirigiu-se à sala...”
(Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2016/03/estudante-agride-professor-apos-pedido-para-desligar-celular-na-aula.html>.
Acesso em: 09 maio 2017, às 16h23min.)
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Como essa
notícia poderia ser usada como argumento de redação?
“O
professor não pode mais usar de seu direito para impor ordem às turmas. Isso
é ratificado quando pensa-se a respeito de uma notícia publicada no portal de notícias virtual G1, em Março de 2016, em
que um aluno agrediu um docente somente porque foi solicitado que o
estudante guardasse o celular em sala de aula. Situações como essa repetem-se
cotidianamente, o que, infelizmente, sustenta os desafios de ser professor na
atualidade.”
O
que está em negrito é o que chama-se
de tópico frasal, que é a ideia central do argumento, sempre sendo a primeira
frase do parágrafo. A seguir, temos o desenvolvimento da ideia em si, do tópico
frasal. Para tanto, o autor optou por utilizar uma informação verídica de um
portal de notícias, é essencial que, quando feito isso, seja especificada a
fonte da notícia, bem como o ano em que foi publicada, como destacado em itálico.
Quanto
ao uso de EM QUE, destacado sublinhado no argumento-exemplo, está correto.
“Onde” é um termo usado para designar
lugar, local físico (O presídio onde os detentos encontram-se está em condições
precárias.), enquanto que “em que”, “na qual”, “no qual” são usados quando não se fala de um LOCAL, neste caso, o “em
que” do texto está gramaticalmente correto, pois refere-se à notícia, e você
não pode ir até a notícia, pois ela não é lugar, local, não é mesmo?
Atente-se
à construção das frases, quando será usada a vírgula, os respectivos acentos
das palavras usadas para compor esse texto e essas observações, além de outros
aspectos da gramática. Por enquanto, é só.
Até a próxima!